A relação entre a Toxina Botulínica e a Espasticidade na Esclerose Múltipla

Considerado um dos sintomas mais comuns da Esclerose Múltipla, a espasticidade acomete cerca de 70% dos pacientes, afetando a capacidade de movimentação de um ou mais membros de forma parcial e, interferindo diretamente na postura e no equilíbrio.

O corpo humano foi programado para executar respostas rápidas de maneira involuntária que funcionam como forma de autodefesa. Essas respostas são chamadas de Atos Reflexos e, podem ser divididas entre os tipos: cerebral e medular.

A Esclerose Múltipla é uma doença que afeta diretamente o sistema nervoso central, responsável por regular e coordenar as atividades do corpo humano. A perda de mielina, uma substância cuja função é fazer com que o impulso nervoso percorra os neurônios, leva à interferência na transmissão dos impulsos elétricos e isto produz os diversos sintomas da doença e, entre eles está a espasticidade.

Categorizada como uma rigidez muscular contínua, a Espasticidade gera movimentos involuntários que oscilam constantemente, causando dores e interferindo na capacidade de movimentação dos membros corporais de forma parcial e de maneira imprevisível.

Estudos apontam que a fisioterapia, medicamentos que agem como relaxantes musculares, cirurgias e a aplicações de toxina botulínica são alguns dos recursos que auxiliam no controle do sintoma.

A toxina botulínica (botox) é conhecida pela sua ampla utilização no âmbito estético, porém, ela também funciona como uma grande aliada no processo de amenização da espasticidade. Um método pouco invasivo que dispensa anestesia e internação hospitalar, sua aplicação é indicada para relaxar a musculatura, diminuir a rigidez local e, possivelmente, aliviar as dores.

Em contraste aos medicamentos que relaxam o corpo inteiro, gerando moleza e sonolência, a toxina botulínica ameniza apenas a área em que o produto foi aplicado, contudo, o resultado não é instantâneo, levando até 72h para gerar resultados. Apesar disso, cada aplicação pode durar até 4 meses após o procedimento, havendo necessidade de reaplicação após esse período.

A avaliação de um profissional da saúde é indispensável para aferir o quadro em que o paciente se encontra e, dessa maneira, escolher a opção de tratamento apropriada, todavia, o uso da toxina é geralmente indicado para casos moderados ou graves.