Ciência – parte 1

Oi pessoal, hoje vou mudar completamente de assunto, estou com comichão para falar sobre ciência. Vou fazer uma incursão sobre a ciência e o processo cientifico. Por que, e para que? “Por quê?” pela minha formação, trabalhei com ciência muitos anos. “Para que?” há muita dúvida sobre o assunto e para ‘tirar” aquele estereótipo de que cientista é um cara maluco. Como é um tema bem complexo, vou escrever aos poucos. Vamos mergulhar no universo do cientista e tudo começa pela dúvida. Quero que vocês pensem numa pergunta, por exemplo, meio boba, mas serve para o nosso raciocínio: A substância “bobotril” abaixa a febre? A pergunta já foi realizada alguma vez? Como foi respondida? Os pesquisadores tem que procurar na literatura científica, nos livros, revistas, artigos se a pergunta  foi respondida. Se sim, ótimo, há conhecimento sobre o assunto. Que bom! Mas se ela não foi: Como vamos responder essa pergunta? Primeiro vamos levantar  suposições, hipóteses, possíveis  respostas a tal pergunta: o “bobotril” baixa a febre sim ou o “bobotril” não baixa a febre. Como vamos provar essa afirmação ou negação? Precisamos de um método que teste a nossa hipótese, que prove se o “bobotril” é eficiente. Assim, necessitamos de um jeito para provar que “bobotril” baixa a febre. Precisamos de uma metodologia que prove essa afirmação e que também possa  ser repetida, por outros pesquisadores. Tipo uma receita de bolo. A receita tem que sempre que dar certo para conseguirmos provar o que queremos independente de quem  de nós a teste, desde que sigamos direitinho a receita e sempre nas mesmas condições. Quanto mais vezes o resultado da metodologia, da “receita” se repetir melhor, assim podemos afirmar com mais “força” que o “bobotril” baixa a febre. A ciência utiliza uma ferramenta, a estatística para verificar, se a receita é “boa” para verificar se a resposta está “adequada” à pergunta e se conseguiu responder a pergunta  e com qual precisão; isto é, a medida da resposta da pergunta. Como podemos observar são muitas etapas dessa tal ciência, para uma pergunta tão pequena, tanta confusão, muita mão de obra qualificada (os pesquisadores)  e infraestrutura material (bibliotecas e laboratórios). Nossa incursão pela ciência hoje terminou, haja fôlego e a nossa saga continua na próxima vez. Se você tiver dúvidas, escreva para mim. Nos próximos textos quem sabe falo mais de ciência, há muita coisa a ser descoberta e esse é só um pequeno começo… Até as cenas do próximo capítulo, espero vocês lá.   “As sutilezas da natureza, os recônditos da verdade, a obscuridade das coisas, a dificuldade do experimento, a implicação das causas e a fraqueza do poder de discernimento do homem fazem-no perder o ânimo, o desejo de ir mais adiante ou a esperança de consegui-lo”.  Francis Bacon filósofo inglês sobre as dificuldades do cientista

Quebradinhos

  Somos os quebradinhos com esclerose múltipla. O termo quebradinho é cunhado pelo colunista Jairo Marques que escreve no jornal Folha de São Paulo, designando os deficientes em geral. Quebradinho é um termo fofo, é engraçadinho. Não somos coitados. Coitado vem do verbo arcaico “coitar”, do latim coctare, que significa desgraçar ou atormentar. Assim, um coitado é alguém que sofreu coita, ou seja, uma desgraça, dor, pena ou aflição. Não somos coitados, alguns até são, mas a pena é um fardo muito pesado para uma existência comum. Quebradinhos que somos; capazes de realizar coisas boas e de fazer verdadeiras porcarias. Somos capazes de qualquer emoção humana. Sim, temos direito de entrar em shows, bancos e qualquer lugar,  desde que como todo ser humano, dê–nos oportunidade. Inclusão é trazer para dentro, participar do processo, da realização. Somos cidadãos, queremos também fazer história, alguns por sua deficiência, outros pela referencia, outros pela ciência. A verdade é que todo quebradinho é um ser humano, capaz de escrever sua própria história. Com direitos sim, mas também com deveres. Isso nos torna cidadãos da sociedade, e que ora compreende e ora repreende. Somos Quebradinhos porque somos diferentes, nossa condição nos faz diferentes, mas a diversidade é perfeita, é o motor da vida. E Quebradinhos que somos, somos simplesmente humanos.

E daí?

  Você que não está nem aí. Por favor, conecte-se. Se liga, tem um mundo acontecendo aí fora. A vida transforma-se e você não está atento Se liga, o planeta Terra está mudando, embora sua mudança seja lenta. Há lixo acumulando-se, florestas sendo destruídas e seres vivos em extinção. Crianças morrem de fome, a guerra ceifa a vida. A fome desnutre o corpo e as ideias. A doença  contamina a água, o ar, a terra, a nossa história. Você deve prestar atenção ao papel jogado na rua, à torneira pingando, à luz acesa, à semente germinando. Fique ligado, à criança que está crescendo, o sol nascendo, às palavras surgindo, à poesia sendo liberada. Se liga na boa ação do transeunte, ao gesto sincero e na integridade do coração. Se liga na oração, na confissão do amigo. Se liga na ciência e suas descobertas que permitem desvendar mistérios. Se liga na religião, se liga no sermão profundo, na entoação do cântico. Se liga na música, pede a ela paz interior. Se liga na política, na corrupção, na ideologia, mas não se revolte. A vida há de surpreender. A canção não acabou a fogueira não apagou ela se ergueu em cinzas. O gesto ainda conquista, precisamos apenas cultiva-lo. Se liga, a oportunidade é única:  de ouvir a música, de sorrir à flor, de agradecer por esse mistério. Se liga, que a vida, está aí, gritando insolente na sua alma, improvável destino do ser. E você só sabe me dizer: e daí? Como assim?